A primeira palavra inteligível do Ari Bernardo foi...
“mamã”, claro!
A segunda “papa”, a terceira “Bill”, a quarta Chacho (história
que já contei na publicação anterior).
O "Bill” era o Billy, que já era meu cão/filho antes
do Ari Bernardo chegar. Ele dormia conosco, almoçava conosco, viajava conosco,
enfim, sempre grudado. Um dogstreet que
adotamos após o encontrarmos atropelado.
Fiquei curiosa com a reação que o Billy teria com a
chegada do bebê. Ele começou cheirando, que é o que os cãezinhos fazem para
reconhecer as pessoas. No início ele passava muito tempo olhando pro Chacho e
um dia o encontramos dormindo no berçinho. Ele insistiu muito nisso, mas acabou
aprendendo que o lugar dele não era ali.
A fase seguinte foi uma mistura de reações. Quando o
Chacho tinha aqueles ataques de choro o Billy sumia, tipo assim “Isso não tem nada a ver comigo”, aos mesmo tempo
que passou a proteger o “filhote”. As pessoas vinham visitar o Ari Bernardo e
jamais conseguiam chegar perto do berço ou do bebê se eu não estivesse junto
para permitir. Ele chegou a avançar, sem machucar, até mesmo em minha sogra. Movimentos
bruscos, ou vozes alteradas de estranhos com o bebê o faziam se aproximar, e de
orelhas em pé, observar a situação.
Alguns diziam que ele estava ficando bravo, que era um
perigo. Mas eu sabia que não, sabia que ele tinha absorvido, aceito e se
afeiçoado ao bebê. Muitas vezes ele ficava no quarto enquanto o Ari Bernardo
dormia, ao invés de ficar onde eu estivesse. Também me avisava quando o bebê
chorava.
Desde o primeiro momento de compreensão, o Ari Bernardo
também gostou dele. Chamava o “Bill”, ria com ele, brincavam juntos, dormiam
juntos. Hoje, passados quatro anos, eles são amigos, irmãos.
Lado a lado, Billy e Ari Bernardo.
Claro que o Billy perdeu
uns privilégios comigo, mas o Ari Bernardo ganhou alguém para exercitar sua
responsabilidade e amor. Ele faz questão de alimentá-lo e repassa ao Billy conselhos
importantes:
- Billy, não pode brigar com teus amiguinhos;
- Billy, não pode deixar comida no prato;
- Billy, tem que tomar banho, sim;
- Billy, não precisa ter medo de trovoadas e raios, são
só as nuvens se encontrando para fazer chuva.
Claro, que às vezes pego ele examinando o cãozinho/irmão.
Remexe nas orelhas, procura a “pingola” e quer ver todos os dentes... E o Billy
ali, paciente como nunca foi com ninguém.
Num prognóstico dentro da normalidade, o Billy tem pela
frente de quatro a seis anos a mais de vida. E para o Chacho a oportunidade de
conviver com um tipo raro de amor, o puro, sincero e despretensioso, até por
volta de seus dez anos.
Não tenho dúvida alguma do benefício de ambos com esta
convivência. Se você tem um filho canino, não abra mão de mantê-lo junto com a
criação de seu bebê, isto enriquecerá diariamente a vida de sua família. Tenha certeza disto.
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