Eu sou a
Fran, mãe de dois. Do Pedro de 3 anos e da Laura de 2 meses. Psicóloga por
formação, deixei o lado profissional em off, para exercer a maternidade de um
jeito que eu nem sabia que queria. Começo
minha trajetória aqui no blog, contando como me tornei a mãe que sou hoje,
enfatizando uma das primeiras escolhas que a maternidade impõe: Maternidade
versus carreira. Escolha tipicamente feminina.
Na
primeira gravidez, vivenciei a gestação como a maioria das mulheres grávidas de
primeira viagem, feliz da vida e cheia de expectativas. Trabalhava na cidade
que eu morava, em um emprego que eu curtia muito, me sentia super realizada
profissionalmente. E sobre as escolhas que teria que fazer após o nascimento do
Pedro, entre ficar com ele ou continuar a trabalhar, nem precisei fazê-las, na
verdade nem deu tempo para pensar sobre isso, o universo conspirou e fez por
mim. Meu marido, logo no início da gravidez, recebeu a notícia de seu trabalho,
que seria transferido para outra cidade, em outro estado.
E assim
foi, aos 40 dias de vida do meu bebê embarcamos para o novo, para o
desconhecido. Cheia de curiosidade e medos, percebi que éramos nós três e assim
eu mergulhei de cabeça na maternidade que nem deu espaço para pensar em vida
profissional. Passado os quatro meses de licença maternidade, a distância,
solicitei minha demissão e assim estou até hoje. Situação que é pensada e
decidida junto ao meu marido, que compartilha das minhas idéias sobre criação
de filhos, e mais que isso, respeita e apoia minhas escolhas. Acredito, e ele
compartilha dessa crença que filhos devem ser prioridades e pensando assim foi
que abdicamos de algumas coisas e decidimos que os cuidados e educação deles
seriam de responsabilidade somente nossa, pois acreditamos que dessa forma eles
crescerão muito mais saudáveis e felizes, vivenciando plenamente a infância, recebendo
os benefícios do aleitamento materno em livre demanda e estabelecendo uma criaçao
intima e apegada aos pais.
Quando
meu filho estava perto de completar 3 anos, me vi grávida novamente. Era bem
isso que eu queria, outro filho enquanto o mais velho não estivesse muito
crescido. E digo isso, assim cheia de certeza, pois nesse momento eu já estava
inserida no exercício integral da maternidade.
Tá certo
que este é um exercício corrido e pra lá de cansativo, mas super prazeroso.
Vibrei e vibro em poder, de pertinho, ver as conquistas dos meus filhos,
acompanhar o desenvolvimento, os primeiros "tudo", sorrisos,
papinhas, passinhos. Levar e buscar na escola, sem ser correndo, preocupada com
o compromisso, poder ficar de papo com outras mãe na porta da salinha, ouvir
atentamente o que a professora diz, ficar de longe espiando ele no parquinho,
cuidar da mochila com dedicação, ver o livrinho que ele trouxe, ler o livrinho
com ele, ficar atenta a data para devolvê-lo, essa coisinhas que podem parecer
bobagem, mas que me trazem um enorme prazer.
Tá, eu
confesso, as vezes (várias vezes) sinto uma pontada de inveja daquelas mães que
vão levar os filhos todas arrumadas, maquiadas, de salto enquanto eu estou lá
de rasteirinha e rabo de cavalo, porquê poxa, eu também sou uma mulher vaidosa.
Então, aproveito pra caprichar no look quando vou passear com a família ou com
as amigas, pois não deixo de marcar um salão pra cuidar das unhas e dos
cabelos. Afinal, meus filhotes merecem uma mamãe com a auto estima em dia. Claaaaro
que a frequência do salão é bem reduzida, é quando dá, e se não dá eu enrolo em
casa mesmo. E é isso que importa, aproveitar o tempo livre, que aqui são nas
tardes, enquanto um vai pra escola e a outra dorme, que tiro um tempinho pra
fazer o que eu estou afim de fazer no momento: um cuidado comigo, arrumar a
casa, fazer um bolo, ler, escrever, ou dormir, porquê não?
Tudo isso
que estou falando, é o que serve para mim, para minha vida, pois sou feliz
dessa forma. Mas talvez, talvez não, com certeza essa forma não se aplica a
todas as mulheres, outras por vontade, necessidade ou prazer escolheram o outro
lado, e nem vão ter filhos, e tudo ok se é isso que ela deseja. Outras
escolheram o caminho do meio e aprenderam a conciliar a carreira com a
maternidade, contando com ajuda de terceiros ou reduzindo carga horária,
trabalhando em home office, enfim encontraram um jeito de não se desligar da
vida profissional. E ai é que está, cada uma deve se questionar sobre o que lhe
faz feliz o que lhe realiza de verdade e junto a estas respostas perceber suas
necessidades e principalmente suas prioridades e realizar sua escolha, certa e
consciente que é a melhor que pode tomar naquele momento.
Hoje olho
para traz, certa de que o rumo que minha vida tomou, foi tão bacana, em se
tratando de maternidade, que eu sozinha não teria feito assim. Curto e
aproveito o momento, convicta de que o lado profissional esta guardadinho e que
no momento que eu julgar ser o conveniente, eu volto.
Franciele Alves Rodrigues
Psicóloga
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