quinta-feira, 3 de abril de 2014

Papo Mãe

            Olá!!!

            Sou Karem Suyan, apresentadora de TV, radialista, colunista de jornal e revista, etc, etc e, entretanto, sem palavras para começar este texto (hehehe).
            É um grande desafio escrever sobre minha experiência pessoal como mãe e espero que muitas (os) colaborem e interajam comigo.
     Vou começar falando da escolha do nome de meu filho... Ah, que parte gostooosssaaaaa!!!

            Passei horas vendo opções e significados. Fiz e refiz montagens conforme a numerologia; escrevi e reescrevi todas as possibilidades, pensando inclusive no que ele teria que passar em toda sua vida nas circunstâncias decididas por ordem alfabética.
            Depois de muito estudo estava decidido. Ah sim, o pai dele também participou da escolha, não posso esquecer este “detalhe” hehehe. Decidimos então por um nome típico alemão, conforme nossas descendências (e aparências): JOHANN KLAUS... mais os sobrenomes.
            Falei em voz alta, escrevi, pensei. Sim, não havia dúvidas.

            Entretanto - o que seria da vida sem seus “entretantos?” - meus ensaios foram todos por água abaixo e as próprias circunstâncias da chegada de meu filho (que um dia eu conto, juro) é que nominaram ele.
            Primeiro que ele chegou com uma careca sinalizando fortemente futuros cabelos negros e olhos indiscutivelmente castanhos com cílios pretos enormes -  estava mais para João do que para Johann. Decidimos mudar tudo.

                                                     Meu xuxu e eu.

            Outra razão para a mudança é que eu havia perdido meu pai que se chamava Ari e meu ex-marido insistia em colocar o nome do papai.
            Mas sinceramente, toda vez que me imaginava chamando o nome de meu pai para dar um xingão aquilo me desmontava. “Não vou conseguir brigar com este guri nunquinha”, eu pensava.
            Tá, não me imaginem uma bruxa que só pensava nas brigas. “Também vai doer muito dizer todos os dias que o amo”, já que lembrava não poder mais dizer o mesmo para meu pai.
            Fomos então por outros caminhos, tentamos associar o Ari a outro nome. Isto facilitou tudo. Bernardo veio quase imediatamente pois era um nome que meu ex-marido e eu gostávamos (embora jamais tivesse imaginado que teria um). Além disso, combina e tem quase o mesmo significado do nome do pai dele, Leonardo. Em princípio lutei por BERNARDO ARI, ainda relutante com o nome de meu pai e pensando que seria mais difícil ele ser o primeiro numa lista alfabética. Mas fui voto vencido, ARI BERNARDO era mais sonoro, parecia já existir. Ficou ARI BERNARDO.

            Mas a história não pára por aí. Posteriormente houve dois eventos inesquecíveis ligados ao nome dele. 
                 Na primeira semana que o fui buscá-lo na escolinha uma das professoras perguntou “Tu és a mãe do Ari, não?”
            “Nãããooo...” esta menina ta louca, pensei. “Eu sou a filha do Ari!!!” disse com muita convicção.
            Ela me olhou meio consternada e antes de chamar a direção para dirimir o problema, lembrei... “Sim, espera aí... Sou mãe do Ari. Sim, sou mãe do Ari.” Uma onda de emoção tomou conta de mim, porque nunca havia verbalizado e sentido esta frase, então repeti emocionada “Sim, sim, sim, sou mãe do Ari” e sou filha também, pensei. A vida é muito louca, conclui toda arrepiada.
            O segundo episódio ocorreu quando percebi que nos primeiros embromations dele sempre colocava a palavra Tchatcho (como chacho, do espanhol). Depois de tanto inserir esta palavra em suas frases ininteligíveis, inocentemente perguntei um dia “O que é chacho?” E ele apontou para si.

            Sim, meu tão estudado Johann Klaus e tão inesperado Ari Bernardo passou a ser, até hoje e na maioria das vezes apenas o que ele mesmo decidiu ser: o CHACHO, agora com “C” maiúsculo.
            E este é o primeiro capítulo desta história.






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