quinta-feira, 22 de maio de 2014

O PRIMEIRO ANIVERSÁRIO

        Convite do aniversário! 


            Faltavam uns três meses para o primeiro aniversário do Ari Bernardo quando me dei conta da festa. Mesmo assim me enrolei toda.
            Qual a decoração? Compro tudo e faço? Alugo tudo e não faço nada? Muita gente? Só os íntimos?
            Arff!!! Perdi um mês sem decidir nada e aí começaram as especulações. Então comecei como todo mundo, decidido por algo simples, sem muito alarde.
            Comecei convidando a família. Entretanto, descobri que aí já dava um bom número, porque tem aquela historia: Como vou convidar Fulano e não Cicrano? Beltrana nunca mais me olha na cara.
            Bem, se puxei um siri e veio mais, vou ficar com a penca - pensei. E aí fui para os amigos. Subdividi: os nossos antigos, os nossos atuais, os colegas de trabalho, os vizinhos, os amigos dos avós e... Céus, uma festa só de adultos. O aniversariante não em vida social, portanto um pingo de amigos.
            Para tudo, tem que ter criança e a empresa de decoração não fornece esta parte. Então fui atrás de pimpolhos prá alegrar as fotos. Coleguinhas, amigos de parquinho...
            Decoração do Backyardgans, que ele amava (ama). Doces, salgados e bolo contratados. Salão alugado. O problema é que o salão era grande, digo, bem grandinho, digo, grande mesmo! E aí vocês sabem, né? Como é que vou fazer algo pequeno num lugar enorme? (tá, era enorme). Tinha que... bem, preencher os espaços e aí tratei de conseguir o intento.
            Convidamos TODOS de TODAS as listas, sem exceção. Vai que falta a metade?
            Escolhi a roupa, enviei os convites, contratei fotógrafo, recreação, bebidas, garçons, banda... Fiquei nervosa, fiquei feliz, ansiosa, exultante e depois tudo de novo por mais umas 38 vezes até o dia.
            Então peguei a maior gripe da (minha) história. Um dia antes eu estava afônica, tremia de frio e surda como uma samambaia. Mesmo assim cheguei a conclusão de que ia faltar comida... Vai que vêm todos? Comprei ingredientes e pus a mão na massa, fazendo mais um quilhão de docinhos.
            Tudo isso e nada de cansaço. Estava embevecida com a ocasião: o primeiro aniversário de meu primeiro filho, primeiro neto de um lado, primeiro sobrinho por outro e primeiro afilhado de ambos os lados.
            O dia chegou e os convidados também. E eles compareceram na marca de 98,12%... Aproximadamente. Foi um sucesso!!!
            O Ari Bernardo ganhou tanto presente que enchemos três carros lotados até a boca. Foram mais de duas horas abrindo, rindo e se emocionando. Pena que ele não curtiu aquele momento, estava dormindo, claro. Mas há alguns meses ele tirou os últimos brinquedos embalados ainda do aniversário... E ele já tem quatro anos!
            Mas no meio da festa, claro, que tinha o discurso... Decidi não falar (algo inédito), o pai dele falou. Pela primeira (e talvez única) vez na minha vida fiquei sem palavras. Claro que eu ter perdido meus pais e não tê-los ali conosco era bastante forte pra mim e eu sabia que o discurso viraria numa choradeira se eu falasse. Então decidi só ouvir, ver, viver, agradecer, sentir aqueles instantes inesquecíveis. Não me arrependi de ter convidado centenas de pessoas, deu trabalho, mas pelo numero de presença constatei que muitos nos amavam e compartilhavam a alegria de comemorar a vida de meu grande amor.
            Tudo funcionou, tudo foi lindo!

            Quando deitei o cansaço veio e não sentia mais meu corpo, então o doei à minha cama. Mas a alma... Esta flutuava de satisfação.

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